Integrantes da Clínica de Justiça Ecológica participam de audiência em defesa da Baixada do Maciambu

07/09/2023 09:58

Isabele Bruna Barbieri, Marcelo Pretto Mosmann, Marcela Mascarello e Luana Bossle,  integrantes do Observatório de Justiça Ecológica, através do projeto de extensão da Clínica de Justiça Ecológica, participaram, no último dia 5 de setembro, da audiência de conciliação realizada no âmbito da Ação Civil Pública nº 0900423-92.2016.8.24.0045/SC, movida pelo Ministério Público de Santa Catarina em face  dos municípios de Palhoça e Paulo Lopes, além do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).

Na audiência, as partes resolveram, por consenso, que os réus da ação, IMA e os Municípios de Palhoça e Paulo Lopes, procedam à atualização do “Plano de Ações e Metas para preservação do Rio da Madre, elaborado pelo IMA e Municípios de Palhoça e Paulo Lopes”, de modo a compatibilizá-lo com o Plano de Recursos Hídricos das Bacias do Rio Cubatão, Madre e Bacias Contíguas, em especial quanto ao incentivo e fomento à agricultura sustentável e agroecologia, mediante medidas de capacitação e apoio aos agricultores locais, com foco em um processo de transição agroecológica, conforme sugestão encaminhada pelas associações na condição de Amicus Curiae, com assessoria jurídica do Observatório de Justiça Ecológica da UFSC.

Foi resolvido, também por consenso, que as Associações que compõem o Amicus Curiae poderão acompanhar os trabalhos de atualização, indicando profissionais para compor a comissão na condição de observadores, em atenção à recomendação do Ministério Público, autor da ação civil pública, e acolhida por todas as partes.

O prazo para os trabalhos de atualização do “Plano de Ações e Metas para preservação do Rio da Madre, elaborado pelo IMA e Municípios de Palhoça e Paulo Lopes” é de 90 dias, após o Plano será submetido à análise técnica por parte do Ministério Público.

Na avaliação da Dra. Isabele, advogada e membra do OJE, a audiência foi altamente exitosa pela adoção de decisões pela via consensual, que dá eficiência e agilidade à busca de uma resolução ao problema estrutural de contaminação do Rio da Madre, contribui com a celeridade do Poder Judiciário, dispensando a necessidade de decisões judiciais e recursos pelas partes.

Para o advogado Marcelo Mosmann, membro do OJE e doutorando pela UFSC, a condução dada ao caso pelo Ministério Público revela uma visão moderna e democrática do processo judicial, ao acolher a participação das associações e os encaminhamentos pela via consensual, aproximando a sociedade civil para, em conjunto com o Poder Público, lidar com problemas de natureza complexa, com muitas causas e diversas consequências, como o problema da contaminação do Rio da Madre.

A poluição ambiental por agrotóxicos usados na rizicultura é um dos principais fatores de preocupação das entidades que ingressaram na ACP e que foram representadas pelo OJE, através do projeto de extensão da Clínica de Justiça Ecológica.

O pedido de Amicus Curiae foi realizado em nome da Associação de Surf e Preservação da Guarda Do Embaú (ASPG), da Associação Comunitária Amigos do Meio Ambiente para a Ecologia, o Desenvolvimento e o Turismo Sustentáveis (AMA), da Associação para Conservação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e da Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica (RMA) e aceito pelo juízo.

Ação Civil Pública Cível nº 0900423-92.2016.8.24.0045/SC

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 

Data: 05/09/2023 14:30
Local: Sala de Audiências da Vara da Fazenda Pública, Acidentes do Trabalho e Registros Públicos da Comarca de Palhoça.

PRESENÇAS:
Juíza de Direito: Iasodara Fin Nishi de Macedo Machado.
Ministério Público: José Eduardo Cardoso.
Partes: IMA (parte ré).
Amicus Curiae: Associação de Surf e Preservação Da Guarda Do Embaú (ASPG), Associação Comunitária Amigos do Meio Ambiente para a Ecologia, o Desenvolvimento e o Turismo Sustentáveis (AMA), Associação para Conservação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica – RMA.
Advogados: Luciano Dalla Pozza (Procurador Municipal de Palhoça), Fabio Bertoglio Maruggi (Procurador Municipal de Paulo Lopes, por videoconferência), Maristela Aparecida Silva (representando o IMA) e  Isabele Bruna Barbieri, Marcelo Pretto Mosmann, Marcela de Avellar Mascarello e Luana Bossle Hardt (representando os Amicus Curiae).

Para saber mais: 

OJE APOIA AÇÃO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BAIXADA DO MACIAMBU

Tags: Ação Civil PúblicaAMICUS CURIAEBaixada do Maciambu

Amicus Curiae aceito na ACP de proteção ambiental da baixada do Maciambu

03/08/2023 20:33

O pedido de Amicus Curiae encaminhado pelo grupo de pesquisa Observatório de Justiça Ecológica no âmbito da ACP n° 0900423-92.2016.8.24.0045 – movida pelo MPSC contra os municípios de Palhoça e Paulo Lopes, além do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) foi aceito.

A poluição ambiental por agrotóxicos usados na rizicultura é um dos principais fatores de preocupação das entidades interessadas em integrar a ACP e que foram representadas pelo OJE, através do projeto de extensão da Clínica de Justiça Ecológica.

O pedido foi feito em nome da Associação de Surf e Preservação da Guarda Do Embaú (ASPG), da Associação Comunitária Amigos do Meio Ambiente para a Ecologia, o Desenvolvimento e o Turismo Sustentáveis (AMA), da Associação para Conservação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e da Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica (RMA).

Tags: AMICUS CURIAEBaixada do MaciambuRio da Madre

IV SEMINÁRIO CLÍNICA DE JUSTIÇA ECOLÓGICA: PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E MEIO AMBIENTE

19/10/2022 14:36

21 e 22 de novembro de 2022

Auditório do Centro de Ciências Jurídicas

UFSC

O projeto de extensão do grupo de pesquisa Observatório de Justiça Ecológica, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promove nos dias, 21 e 22 de novembro de 2022, às 14h, a quarta edição do Seminário da Clínica de Justiça Ecológica. Com o tema Participação Democrática e Meio Ambiente, o evento tem programada a palestra de abertura com o professor Dr. Carlos Walter Porto-Gonçalves, no dia 21 de novembro, segunda-feira.

O professor Dr. Carlos Walter Porto-Gonçalves possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1972), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998). Atualmente é professor do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, da UFSC. Autor de diversas obras.

O dia 21, encerra com o painel sobre Direitos Fundamentais e Meio Ambiente que será ministrado pela professora Dra. Fernanda Medeiros, professora de Direito Ambiental da Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS/desde 2001) e advogada na área ambiental e animal.

 No dia 22 de novembro, terça-feira, a palestra de abertura será com o professor Dr. Gonzalo Aguilar Cavallo, da Universidade de Talca, Chile, que irá abordar os desafios do Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe, o Acordo de Escazú, adotado em 2018, na Costa Rica. Este é o primeiro tratado internacional da América Latina e do Caribe relativo ao meio ambiente, e o primeiro do mundo a incluir disposições sobre os direitos dos defensores do meio ambiente.

Na sequência, haverá o painel sobre Direitos Humanos e Empresas, ministrado pela Dra. Flávia do Amaral Vieira, que irá apresentar as experiências de luta pela implementação de mecanismos internacionais de responsabilização de empresas transnacionais por violações de direitos humanos, a partir da perspectiva dos atingidos e da sociedade civil. Diante disso, a ministrante irá falar do esforço histórico das redes de ativismo que enfrentam os desafios políticos e jurídicos da construção de um tratado vinculante sobre empresas e direitos humanos na ONU.

Nos dois dias do seminário os integrantes do projeto irão apresentar os casos em que a Clínica de Justiça Ecológica tem atuado desde o seu início.

Sobre a Clínica de Justiça Ecológica

O objetivo da Clínica de Justiça Ecológica é capacitar cidadãos na esfera jurídica e política para o enfrentamento de violações de direitos socioambientais, por meio da assessoria jurídica para a defesa de direitos socioambientais e na capacitação dos discentes em prática jurídica. A Clínica tem cinco subáreas de atuação: participação democrática; saúde e agrotóxicos; biodiversidade e espaços especialmente protegidos; direitos animais; e, litigância climática.

O projeto é formado pelos docentes do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ): José Rubens Morato LeiteLetícia AlbuquerqueMelissa Ely Melo e Marília Budó. Conta também com a participação de discentes dos cursos de graduação e pós-graduação da UFSC, buscando fomentar a transdisciplinaridade.

Desde 2018, o grupo acompanha a ADIN 5385, que discute a recategorização do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, através do instrumento do Amicus Curiae, bem como tem realizado seminários de pesquisa e workshops de capacitação. O primeiro seminário foi realizado em 2019, com o tema Direito Ambiental, Agrotóxicos e a Ecologização do Direito; o segundo seminário ocorreu em 2020, de forma remota, e tratou sobre Áreas Protegidas e Participação Democrática; o terceiro seminário ocorreu em 2021, de forma remota, com tema Protegendo o meio ambiente através dos Direitos Humanos.

PROGRAMA

21 DE NOVEMBRO DE 2022
14h-14:20h – abertura e credenciamento
Painel I – Ecologia Política na América Latina
14:20h – 14:40h – vídeo

14:40h-15:40h – Prof. Dr. Carlos Walter Porto-Gonçalves

Profa. Dra. Paula Brügger

Profa. Dra. Letícia Albuquerque

15:40h – 16h – debates
16h – 16:20h – intervalo
Painel II – Acesso à justiça, participação e informação
16:20h – Casos da Clínica de Justiça Ecológica – Isabele Bruna Barbieri
16:20h – 16:40h – Recategorização do PEST – Marcela Mascarello
16:40h – 17h – Lagoa da Conceição e a Justiça Ecológica – Marcelo Pretto Mosmann
17h – 17:20h – debates
Painel de Encerramento
17:20h – 18h – Direitos Fundamentais e Meio Ambiente Profa. Dra. Fernanda Medeiros (PUCRS/Instituto Piracema)
22 DE NOVEMBRO DE 2022
14h-14:20h – abertura e credenciamento
Painel III – Direitos Humanos e proteção Ambiental: desafios do Acordo de Escazú
14:20h – 15:50h – Prof. Dr. Gonzalo Aguilar Cavallo (Un. TALCA, Chile)

Profa. Dra. Isabele Bruna Barbieri (UFSC)

15:50h-16h – debates
16h 16:20h – intervalo
Painel IV
16:20h – Direitos Humanos e Empresas: o direito à reparação – Dra. Flávia do Amaral Vieira
Painel V  – Acesso à justiça, participação e informação
 17h-17:20h – O uso de agrotóxicos na bacia do Maciambu – Isabele Bruna Barbieri
17:20h-17h30 – Debates e encerramento

Atividade gratuita e aberta à comunidade, com certificado de horas complementares. 

Inscrições pelo sistema da UFSC: aqui

Programa sujeito à alterações.

Realização:

Apoio:

Tags: IV SEMINÁRIO CLÍNICA

Environmental Conflicts and Ecological Law in Brazil: the Project of the Ecological Justice Clinic

14/07/2022 13:13

Established in 1983, the Centre for Environmental Law (CEL) has endeavoured to develop multidisciplinary research to address the global challenges of biodiversity loss and extinction risks.

CEL believes we (all) have the responsibility to protect, conserve, restore and renovate Earth’s biodiversity. To achieve this, CEL’s Law and Nature Dialogue Blog aims to further the global dialogue, drive critical research and inspire transformative action for biodiversity law and governance.

The Law and Nature Dialogue facilitates the proliferation and sharing of ideas. We exist in a challenging, changing and uncertain time for our planet and all the species that share it. The Dialogue respects and upholds the rigour of academic research whilst providing a forum for timely exchange and development of ideas in a scholarly and collegiate environment.

Here our contribution to the CEL Blog:

Environmental Conflicts and Ecological Law in Brazil: the Project of the Ecological Justice Clinic

Tags: Ecological Justice ClinicEnvironmental ConflictsMACQUARIE UNIVERSITY

CLÍNICA DE JUSTIÇA ECOLÓGICA

26/04/2019 14:11

A Clínica de Justiça Ecológica é um projeto de extensão formada por docentes e discentes dos cursos de graduação e pós-graduação em Direito da UFSC. Inicialmente as atividades centrar-se-ão na promoção de acesso à informação por meio de debates, cursos e oficinas que informem e capacitem, jurídica e politicamente, cidadãos para enfrentar a violação aos direitos socioambientais causados por empreendimentos públicos ou privados autorizados pelas instituições oficiais, nas dimensões local, regional, nacional e também internacional. A Clínica sistematizará os resultados das atividades e mapeará os focos de desrespeito a direitos fundamentais e de descumprimento à legislação brasileira, especialmente no Estado de Santa Catarina. A partir desse mapeamento, realizar-se-á a análise qualitativa dos casos mais graves, para o ingresso de ações judiciais cabíveis. O projeto propiciará tanto o desenvolvimento dos discentes em ações de capacitação e assessoria jurídica, como atenderá às demandas da sociedade civil, ficando caracterizado o seu caráter extensionista.

A Clínica iniciou em 2019 com 4 linhas de atuação: participação democrática; saúde e agrotóxicos; biodiversidade e espaços especialmente protegidos; e direitos animais, e a partir de 2020 conta com uma nova linha de atuação: litigância climática. 

Tags: AgrotóxicosÁreas protegidasClínicaDireitos AnimaisLitigância ClimáticaParticipação democráticaSaúde